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O melhor XI da La Liga

  • Pedro Espadinha
  • 16 de jun. de 2017
  • 6 min de leitura

Em Espanha, o Real Madrid quebrou o jejum e venceu o tão ambicionado campeonato. Os merengues, que tinham conquistado o titulo pela última vez em 2012 com Mourinho, viveram na sombra do Barcelona desde a chegada de Guardiola em 2008.

Zidane, que tomou as rédeas em janeiro do ano passado, limpou quase tudo esta temporada (Campeonato, Champions League, Supertaça Europeia e Mundial de Clubes) e teve muito mérito no sucesso dos ‘blancos’, não descurando, contudo, o super plantel à disposição do francês, que aplicou, ao longo da época, uma politica de rotação que acabou por dar frutos (quem se dá ao luxo de ter James Rodriguez e Morata no banco e de descartar, praticamente, Pepe das opções, é porque tem um plantel que se arrisca a ganhar).

Já o Barcelona de Luis Enrique ficou a três pontos do campeão espanhol e viu o titulo rumar para a capital. Os culés não se reforçaram tão bem quanto os seus opositores diretos e só o trio atacante não chegou. Mesmo as quebras de forma de Neymar e de Suárez fizeram mossa na equipa, tal como o baixo rendimento de Busquets e Rakitić (não jogaram ao nível que nos habituaram). Também a saída de Dani Alves para a Juventus, no verão passado, fez-se sentir, já que não foi apresentado um sucessor à altura.

O Atlético de Madrid de Simeone (equipa menos batida do campeonato) e o Sevilla de Sampaoli, acabaram no terceiro e quarto lugar respetivamente, ao passo que Villarreal e Real Sociedad (com um excelente trabalho de Eusebio Sacristán) realizaram épocas positivas e disputarão a Liga Europa na próxima época. O recém-promovido Alavés, que não jogava no primeiro escalão desde 2006 e chegou, inclusive, à final da Taça do Rei (caindo perante o Barcelona), o Eibar e o clube das Canárias, o Las Palmas, foram agradáveis surpresas. Já em sentido inverso, o Valencia de Nani e João Cancelo desiludiu novamente e terminou o campeonato no décimo segundo posto.

No que toca aos destaques individuais, aqui fica o onze ideal da La Liga 16/17, desta temporada:

GR: Jan Oblak (Atletico Madrid) – guarda-redes titular da equipa com menos golos sofridos da liga, já se afigurava um futuro promissor para o esloveno, quando trocou o Benfica pelo Atlético, em 2014. O guardião de apenas 24 anos é indubitavelmente o melhor jogador na sua posição em Espanha, um dos melhores da europa e uma das grandes figuras da equipa de Diego Simeone, que concedeu ao todo 27 golos. Reflexos apurados e uma segurança tremenda entre os postes fazem do "sucessor de Handanovič" um guardião de classe mundial.

DE: Marcelo (Real Madrid) – com uma técnica de fazer inveja a muitos extremos, Marcelo foi um dos principais protagonistas na senda de conquistas este ano por parte dos blancos. Muitas vezes criticado pela forma como se descura por vezes no momento defensivo, é a subir pelo flanco e a apoiar o ataque onde se sente mais confortável. Dez assistências (e dois golos) são o registo do internacional brasileiro, que alia velocidade, técnica e um excelente pé esquerdo para desfazer os adversários e servir os companheiros ou até fazer o gosto ao pé.

DC: Sergio Ramos (Real Madrid) – O capitão dos merengues não é uma figura consensual fora do Bernabéu. Considerado por alguns como o melhor central do mundo ou por outros como um jogador demasiado agressivo, conflituoso e displicente defensivamente, a verdade é que o internacional espanhol de 31 anos é um dos poucos elementos dos quais Zidane não abdica. No Real desde 2005, o central fez sete golos esta temporada, sendo que a sua imagem de marca é mesmo o jogo aéreo, capitulo onde é exímio.

DC: Diego Godín (Atletico Madrid) – líder da defesa colchonera, o internacional uruguaio é o esteio na equipa de Simeone e uma das peças imprescindíveis do técnico argentino. A jogar ao lado do compatriota José Giménez ou do montenegrino Stefan Savić, o central de 31 anos destaca-se essencialmente pela sua consistência defensiva e capacidade de liderança, sendo já uma figura acarinhada no Vicente Calderón e um dos melhores defesas a jogar na europa.

DD: Dani Carvajal (Real Madrid) – Retornou a casa, depois da experiência na Alemanha ao serviço do Bayer Leverkusen, em 2013, e desde então tem vindo a crescer exponencialmente no flanco da defesa madrilena, ao ponto de já discutir com Dani Alves o estatuto de melhor lateral direito (principalmente agora que Philipp Lahm saiu de cena). Apesar de ter falhado a reta final da temporada por lesão, o espanhol de 25 anos não teve concorrente à altura e destacou-se pela sua rapidez, disponibilidade física e inteligência, tendo somado cinco assistências para golo.

MDF: Steven N'Zonzi (Sevilla) – O único elemento “extra três-grandes” a figurar neste onze, o francês de 28 anos realizou uma excelente temporada ao serviço da equipa de Sampaoli. Revelando tranquilidade com a bola no pé e uma notória leitura e visão de jogo, N’Zonzi competiu com Casemiro pelo estatuto de melhor médio defensivo nesta edição da liga espanhola e levou a melhor.

MC: Toni Kroos (Real Madrid) – Não tão valorizado como o seu companheiro de setor, o croata Luka Modrić, o alemão de 27 anos é peça fulcral no sistema de Zinédine Zidane. Dono das bolas paradas na equipa merengue, o ex-Bayern rubricou doze assistências (e três golos) e, apesar de não ser um velocista ou um jogador fisicamente imponente, a sua visão e capacidade de colocar o esférico onde quer, literalmente, são características que fazem de Kroos um dos melhores médios-centro da atualidade.

MC: Isco (Real Madrid) – começou a temporada como suplente. Pouco utilizado por Zidane, afigurava-se que o médio espanhol estivesse na porta de saída do clube, mas, à medida que a competição foi decorrendo, foi tendo cada vez mais oportunidades, o tempo de jogo aumentou e o seu momento de forma alcançou um nível assombroso. Dono e senhor de uma técnica absolutamente fenomenal, cedo se percebeu que o banco era muito pouco para o mago espanhol, que não se conformou em desempenhar um papel secundário. A construir jogo ou a ultrapassar dois e três adversários de seguida, Francisco 'Isco' Alarcón tem magia nos pés e atualmente são poucos os que conseguem rivalizar o ex-Málaga em termos técnicos. Dez golos e nove assistências, em trinta partidas, são os números do médio blanco esta temporada.

EE: Cristiano Ronaldo (Real Madrid) – o internacional português não teve um inicio de época exuberante. Muito pelo contrário. 32 anos sempre a jogar ao mais alto nivel tem repercussões e, não só a velocidade e agilidade como a capacidade de deixar os adversários pelo caminho parecem ter regredido. Mesmo esta temporada, Zidane optou por fazer descansar Ronaldo em algumas partidas. E a verdade é que parece que obteve resultados. O capitão da seleção das quinas realizou um final de época estrondoso: ultrapassou a marca dos 400 golos pelo Real Madrid, tornou-se no jogador com mais golos marcados na história das cinco principais ligas europeias e no primeiro jogador a vencer por seis vezes o titulo de melhor marcador na Champions. Um verdadeiro papa-recordes, Cristiano tem vindo cada vez mais a fixar-se no centro do terreno, onde a sua capacidade de finalização, potentíssimo remate e posicionamento vêm ao de cima (25 golos marcados esta época). O melhor jogador português de sempre, e já um dos melhores jogadores na história do futebol, parte na pole position para, possivelmente, conquistar a sua quinta bola de ouro.

ED: Lionel Messi (FC Barcelona) – Um não seria o que é sem o outro e mesmo havendo sempre quem tome um lado ou tenha preferência por um em detrimento do outro, a verdade é que são dois jogadores que marcaram para sempre a história do jogo. O argentino é frequentemente referido como a antítese de Ronaldo. Enquanto que um é um atleta nato, uma prova viva de superação e de esforço, o outro é magia pura. Messi é o futebol no seu estado mais primitivo, é a bola colada à chuteira que deambula pela relva, que foge ao oponente e encontra sempre o seu destino. Apesar do fracasso a nivel coletivo, no que diz respeito à conquista das principais competições em que competiram, o argentino carregou os blaugrana às costas, foi o melhor marcador do campeonato, com 37 golos (aos quais juntou doze assistências), e atravessa um momento de forma excecional. Independentemente de qual é, de facto, o melhor, o que interessa é disfrutar de ambos, pois, num futuro próximo é muito provável que não apareça mais ninguém que rivalize com estas duas lendas.

PL: Luís Suárez (FC Barcelona) – marcou menos onze golos que na temporada passada e ainda assim foi o segundo melhor marcador do campeonato, com 29 tentos em 35 partidas disputadas (e 15 assistências). O internacional uruguaio apesar de não ter estado tão bem como na época anterior, continua a ser um dos melhores avançados do mundo e forma com Neymar e Messi o trio ofensivo mais temido da europa. Sentido posicional e qualidade na finalização não são os únicos recursos do ponta-de-lança de 30 anos, que desce frequentemente no terreno para vir buscar jogo ou para, ele próprio, iniciar a construção, funcionando quase como um ‘falso nove’ na equipa de Luis Enrique.

Edição: Catarina Custódio

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