O melhor XI da Liga NOS
- Pedro Espadinha
- 5 de jun. de 2017
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A temporada terminou e após meses de competição e intensa disputa entre as equipas do nosso campeonato, o SL Benfica sagrou-se tetracampeão ao conquistar o titulo nacional pela 36ª vez. O clube encarnado aproveitou os deslizes do principal opositor, o FC Porto que, após uma excelente primeira volta, deitou a perder demasiados pontos e viu o titulo rumar à capital.
Já o Sporting CP, na segunda época de Jorge Jesus, ficou aquém das expetativas. Derrotas com Feirense, Vitória FC e Belenenses ou a eliminação na Taça frente ao GD Chaves foram o espelho da época, o que coloca pressão sobre o clube leonino para a próxima temporada. Vitória de Guimarães, com Pedro Martins ao leme, confirmou o seu estatuto entre os cinco melhores clubes em Portugal, alcançando um excelente quarto lugar, e tendo chegado inclusive à final da Taça de Portugal. Feirense e Chaves, que trocaram de treinador a meio da época, realizaram campanhas interessantes e criaram expetativa para 2017/18 enquanto que, em sentido inverso, o Nacional e o Arouca foram as principais desilusões, acabando por cair para a Segunda Liga.
À imagem das equipas, também houve jogadores que se destacaram. Uns deram continuidade à forma e qualidade que já tinham demonstrado no passado enquanto que outros foram autênticas revelações, deixando boas indicações para o futuro.
Neste sentido, foi selecionado o onze ideal da Liga NOS 16/17, nesta temporada:
GR: Ederson (SL Benfica)

O brasileiro de 23 anos foi talvez o melhor jogador das águias, tendo sido decisivo em vários jogos, principalmente na primeira volta, quando a defensiva encarnada atravessava a sua pior fase. Dono de um excelente sentido posicional e de uma capacidade de reação notável, o jovem canarinho destaca-se também pela sua rara habilidade em conseguir colocar o esférico em profundidade com uma potência e eficácia ímpar. Essa foi, aliás, uma das características mais elogiadas por Pep Guardiola, o que motivou também a contratação recente do guarda-redes por parte do Manchester City. De destacar também Bruno Varela (Vitória FC) e Vaná (Feirense), que se revelaram importantes para as boas prestações das suas equipas na liga.
DE: Alex Telles (FC Porto)

Após passagens algo infelizes por Galatasaray e Inter de Milão, o lateral de 24 anos chegou ao Dragão e ganhou a corrida a Miguel Layún, que na época anterior tinha sido um dos melhores elementos do Porto e do campeonato, e tornou-se indiscutível no lado esquerdo da defesa portista. Apesar da menor propensão ofensiva, em comparação com o mexicano (tendo, ainda assim, somado oito assistências para golo, fruto da sua qualidade nas bolas paradas e cruzamentos), o brasileiro revelou-se mais consistente, sobretudo no aspeto defensivo e ganhou a confiança de Nuno Espírito Santo. Álex Grimaldo, apesar das boas exibições, foi preterido devido ao largo período em que esteve lesionado, tendo contabilizado, apenas, cerca de 1200 minutos, em relação aos 2800 minutos de Telles.
DC: Felipe (FC Porto)

Proveniente do Corinthians, o brasileiro aterrou no Dragão e impôs-se de imediato no onze base do treinador dos azuis e brancos. O central de 28 anos fez parte da segunda defesa menos batida do campeonato, contabilizou ainda dois golos, e demonstrou muita qualidade a nível defensivo e na leitura de jogo, apesar de ter evidenciado algumas dificuldades a construir jogo a partir de trás. Não obstante, Felipe somou 2880 minutos no campeonato, tendo sido um dos elementos mais utilizados por Nuno Espírito Santo.
DC: Marcano (FC Porto)

O espanhol, após uma temporada algo fraca, renasceu e formou com Felipe uma excelente dupla. Melhor que o companheiro de setor a sair a jogar e no jogo aéreo (contabilizou quatro golos), o ex Rubin Kazan e Olympiakos realizou uma temporada consistente e deu uma outra imagem aos adeptos portistas. O benfiquista Victor Lindelöf seria a alternativa, mas devido a uma primeira volta menos fulgurante, talvez derivado do facto de ter jogado do lado esquerdo, onde rende claramente menos, o central azul e branco levou a melhor.
DD: Nélson Semedo (SL Benfica)

O lateral de 23 anos realizou uma época soberba, e juntou à velocidade impressionante que lhe é característica uma maior solidez defensiva, melhorando bastante no controlo da profundidade e na cobertura dos espaços. Já no apoio ofensivo, o internacional português evidenciou toda a sua qualidade técnica e destreza, somando ainda um golo e oito assistências. Outro dos destaques da temporada foi igualmente um jogador que passou pelos quadros da Luz. Bruno Gaspar tornou-se o dono do lado direito da defesa do Vitória SC e exibiu-se a um bom nível, quer a nível defensivo, quer a subir pelo flanco e apoiar o ataque.
MDF: Danilo Pereira (FC Porto)

Talvez a escolha mais difícil neste onze. Entre Danilo e Ljubomir Fejsa, a margem é mínima, tendo ambos realizado uma época soberba. A preponderância que cada um assumiu em cada equipa é visível, mas a escolha acaba por recair sobre o internacional português, não só pela capacidade de construção e qualidade no jogo aéreo, aspetos em que o sérvio é claramente inferior, mas pela importância do ex-Marítimo. Se Fejsa é preponderante no clube da Luz, Danilo é absolutamente imprescindível no esquema portista, tendo sido mesmo o melhor jogador da equipa esta temporada.
MC: Pizzi (SL Benfica)

Dez golos e oito assistências. Este é o cartão de visita do português esta temporada. Números notáveis para um médio (e estes apenas no campeonato), que se revelou peça-chave na conquista da liga e que com a sua capacidade e qualidade no último terço do terreno fez a diferença, tendo sido preponderante em vários jogos que se afiguravam difíceis de desbloquear. Pizzi foi também o segundo jogador encarnado com mais minutos nas pernas na Primeira Liga, apenas atrás do sueco Lindelöf, o que demonstra bem a sua importância na equipa de Rui Vitória.
EE: Fábio Martins (GD Chaves)

A boa prestação dos flavienses esta temporada foi uma agradável surpresa e o futebol praticado, numa primeira instância sob o comando de Jorge Simão e, mais tarde, sob Ricardo Soares, destacou-se entre as equipas do principal escalão. Muito dessa qualidade deve-se também a Fábio Martins, claramente a melhor unidade do Chaves. Destacando-se pela sua irreverência e capacidade de desequilíbrio, o extremo emprestado pelo SC Braga carregou a equipa nortenha, somou seis golos e duas assistências e demonstrou ter as qualidades necessárias para vingar a um nível mais alto. Hernâni esteve também em bom plano no Vitória SC, mas a escolha acabou por recair pelo jogador natural de Vila Nova de Gaia.
ED: Gelson Martins (Sporting CP)

Um dos poucos destaques da equipa de Jorge Jesus, o extremo de 22 anos assumiu um papel preponderante nos leões e quando parecia que iria ter poucas oportunidades (na teoria, teria Marković e Joel Campbell à sua frente), Gelson ampliou o seu nível de jogo e carregou a turma de alvalade, principalmente na primeira metade da temporada. Com uma marca notável de 6 golos e 14 assistências, o internacional português revelou-se um autêntico quebra-cabeças perante as defesas adversárias e a sua agilidade, velocidade e qualidade no “um para um” foram uma arma crucial para os leões conseguirem desbloquear vários jogos.
PL: Soares (FC Porto)

O segundo melhor marcador do campeonato com 19 golos, ‘Tiquinho’ Soares trocou a cidade de Guimarães pela Invicta em janeiro e, apesar das dúvidas relativamente ao rendimento do brasileiro num clube de maior dimensão, a verdade é que o avançado de 26 anos retribuiu a aposta com golos, marcando 12 de dragão ao peito, e veio resolver o problema principal na equipa de Nuno Espírito Santo: a ineficácia diante da baliza contrária.
PL: Bas Dost (Sporting CP)

O holandês foi o melhor marcador do campeonato e, a par de Gelson, foi uma das principais figuras do clube leonino. Com uma marca impressionante de 34 golos marcados, o ex-Wolfsburgo realizou uma época tremenda a nivel individual e foi o autor de, exatamente, metade dos golos marcados pela equipa em toda a temporada (68). Com uma capacidade impressionante no jogo aéreo, o internacional holandês de 28 anos conta com uma média de um golo a cada 80 minutos e foi uma das poucas apostas no mercado que deu frutos.
Edição: Catarina Custódio
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