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O fim de um reinado

  • Pedro Espadinha
  • 31 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

O império romano representou um marco histórico, assumiu uma preponderância e influência que se tornou bastante notória, inclusive nos dias de hoje, e não é por acaso que é considerado um dos berços da cultura ocidental.

Nada é eterno, e tal como os governantes foram sucedendo uns aos outros (e o próprio império acabou por cair), no dia 28 de maio foi a vez de um outro imperador abandonar o trono.

Francesco Totti despediu-se da AS Roma após 28 anos de carreira, um percurso ímpar no mundo do futebol, uma história de paixão e de amor ao clube - o único que conheceu em toda a sua trajetória enquanto futebolista.

Totti fez toda a sua formação nos Giallorossi, onde chegou com 13 anos apenas. Hoje está a poucos meses de celebrar 41. No dia 28 de março de 1993, estreou-se oficialmente pela primeira equipa, num jogo para o campeonato frente ao Brescia que a Roma venceu por 2-0. Nesse dia, Totti entrou a dois minutos do apito final. Os primeiros momentos de uma carreira que viria a tornar-se lendária.

No inicio da temporada 97/98, foi dada ao italiano a camisola “10”, o número frequentemente associado ao trequartista. O termo italiano é proveniente das palavras tre quarti (ou três quartos, em português) e designa um jogador que, nem é um avançado puro nem é um médio ofensivo. É um elemento que atua entre o meio campo e a defesa adversária e que municia o ataque da sua equipa ou que, por sua vez, aparece ocasionalmente em zonas de finalização. Operando, portanto, nos últimos “três quartos” do terreno, o trequartista “deambula” pelo campo. E nesse papel, Francesco Totti era exímio.

A sua criatividade, consistência, capacidade de liderança e propensão para fazer balançar as redes adversárias levaram a que Totti fosse cada vez mais reconhecido, não só como jogador, mas também como símbolo do clube. Tal reconhecimento fez com que, a 31 de outubro de 1998, se tornasse no mais jovem capitão na história da Serie A, então com 22 anos, tendo sido considerado, nessa mesma época, o melhor jogador jovem do ano.

Contudo, durante a sua carreira, Totti apenas conseguiu levantar o caneco por uma vez. Ocorreu na temporada 2000/01, o terceiro titulo de campeão em toda a história do clube. Pelo meio, venceu também duas Coppa Italia (Taça de Itália) e duas Supercoppa Italiana (Supertaça de Itália), tendo conquistado também, em 2006, o Mundial pela seleção italiana, frente à França. Um palmarés, no entanto, que não faz jus ao legado do “Re di Roma”.

Totti abandona o Stadio Olimpico com 307 golos marcados em 785 jogos disputados e deixa a sua marca na história como um dos melhores de sempre: um eterno capitão, um símbolo do futebol. O último imperador de Roma.

Edição: Catarina Custódio

Imagem: gettyimages

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