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Crónicas de Portugal Contemporâneo #2

  • João Miguel Carvalho
  • 22 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

Onde estás tu Portugal?

Meu querido e amistoso Portugal... Tu que não crias conflitos com ninguém, mas que no teu cerne tanta barafunda existe. Tanta desorganização, quem te viu nos manuais glorificados de História e quem te vê agora, todo esparralhado nas televisões sensacionalistas através de notícias do horrendo e da mesquinhez existente.

Um país invadido pela geração ”selfie”, os autorretratos que tantos jovens colocam à disposição dos outros em troca de uma efémera atenção, sem sequer se aperceberem de todas as questões importantes vinculadas à sua nação, de cabeça baixa e ombros encolhidos.

A confiança e a atitude encontram-se mal direcionadas e afuniladas no que de nada contribui para o bem comum.

Comparando com títulos de filmes, num jeito quase “hollywoodiano”, este país é para velhos. Ainda graças à grande fatia dos heróis de terceira idade, o país está muito enraizado nesse culto ao pessimismo, incentivado pelos inúmeros funerais. Portugal que antes era otimista e próspero, sempre na conquista de outras nações e territórios, vê-se confinado agora à conquista pouco significativa da emigração. Tudo graças às politiquices emprenhadas pelos ouvidos dessa mentalidade errada de que o que é bom é o que chega de fora.

País à beira mar criado que, para o seu povo, não reúne o suficiente para ser visitado, na sua grandiosa plenitude. Preferem gastar o seu tempo de férias alimentando a economia dos outros.

Pedro Álvares Cabral e os outros heróis desta nação devem andar às voltas no túmulo com este Portugal tão complacente e servente que só decide e exige às costas dos gigantes europeus e americanos. Um país que embora fosse sempre pequenino, possuía uma alma e garra sem dimensão.

O país, colado a Espanha, que recebe um visitante com palmadas nas costas e de braços abertos mas trata um contemporâneo com chapadas na mão e objetos cortantes na lombar.

Já ninguém te conhece Portugal, tu que descobriste quase tudo e agora nem sequer sabes quem és.

Fotografia: Carlos Ratinho

Edição: Pedro Espadinha

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