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Veni, Vidi, Vici

  • Pedro Espadinha
  • 15 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

3 de junho de 2013: José Mourinho regressa a Stamford Bridge, cinco anos depois de ter saído para ingressar no Inter de Milão. O Special One regressava a uma casa que bem conhecia e onde já tinha, inclusive, conquistado dois títulos da Premier League, duas League Cup (Taça da Liga), uma FA Cup (Taça de Inglaterra) e uma Community Shield (o equivalente à Supertaça).

3 de maio de 2015: cinco anos depois, o Chelsea volta a conquistar o campeonato, na segunda época de Mourinho ao serviço dos Blues. Um novo capitulo para o, agora autodenominado, Happy One. O português levanta também a League Cup nessa mesma temporada, conquistada frente ao Tottenham e é eleito treinador do ano.

“Londres é azul” e os níveis de confiança em Stamford Bridge estão no máximo. Abramovich premeia Mourinho com um novo contrato até 2019 e acredita-se no início de um novo ciclo para os Blues. O onze base, esse, mantém-se praticamente igual, saindo apenas Petr Čech e Filipe Luís, como os nomes mais sonantes, mas que raramente tinham sido utilizados na época anterior.

Em agosto, o Chelsea perde a Community Shield para o Arsenal. Nos primeiros quatro jogos da liga, os Blues somam apenas uma vitória e a meados de dezembro possuem um registo de quatro vitórias, três empates e oito derrotas, ocupando o 14º lugar. Demasiado curto para o que se fazia prever. A derrota com o Leicester City (que viria a conquistar um surpreendente e histórico titulo da Premier League) a 17 de dezembro dita o fim de Mourinho à frente do clube londrino. O holandês Guus Hiddink é apontado como treinador interino e deixa o clube no décimo posto no final da temporada, um percurso desastroso, culminado com a pior classificação obtida pelo clube desde a época 1995/1996.

Ainda antes da temporada terminar, o irreverente italiano Antonio Conte, que já tinha orientado a Juventus e a Seleção Italiana, é apontado como o novo treinador do Chelsea. O objetivo primário seria apagar a desilusão da temporada anterior e levar o clube de novo ao topo. E tal objetivo parecia bem encaminhado: três jogos, três vitórias. O mês de setembro, no entanto, parecia ser um déjà vu. Um empate em casa do Swansea e duas derrotas frente a Liverpool e Arsenal, esta última por 3-0, faziam tremer os adeptos e duvidar do seu novo treinador. Mas é no dia 1 de outubro que a história muda completamente.

Antonio Conte utiliza, pela primeira vez, na temporada, o sistema de 3-4-3, uma variante da formação com três centrais que se tornou numa das imagens de marca do italiano, quando orientou previamente a Vecchia Signora e a Squadra Azzurra. David Luiz (que tinha regressado ao Chelsea após duas épocas no Paris Saint-Germain), Gary Cahill e César Azpilicueta compõem o setor mais recuado, auxiliado pelos laterais Marcos Alonso, na esquerda, e o nigeriano Victor Moses, que ganhou nova vida com o italiano no corredor direito. A dupla de meio-campo é composta pelo ex-Benfica Nemanja Matić e pela sensação N'Golo Kanté, campeão pelo Leicester na época anterior e que assume um papel preponderante na equipa de Conte. Na frente, o trio atacante é composto pelo irreverente Eden Hazard, pelo controverso Diego Costa e pelo virtuoso Willian, que, no entanto, viria a perder cada vez mais espaço ao longo da época, em detrimento do internacional espanhol Pedro Rodríguez.

Treze vitórias consecutivas, seis jogos seguidos sem sofrer golos, entre os quais se destacam uma vitória por 3-0 sobre o campeão Leicester, 5-0 sobre o Everton em Londres e uma vitória contundente frente ao Manchester United por 4-0, agora orientado por José Mourinho. O português acabou trucidado naquela que tinha sido a sua casa ainda a temporada passada. Uma derrota com o Tottenham por 2-1 ditou o fim de uma série de vitórias, conseguindo manter, ainda assim, o primeiro lugar. Posição que não se alterou até final.

A 12 de maio, o Chelsea conquista o sexto titulo de campeão inglês na sua história, com uma vitória frente ao West Brom, e com um registo de 28 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, com apenas dois jogos por disputar. Antonio Conte fez ainda história ao tornar-se no primeiro treinador na Premier League a conquistar o prémio de treinador do mês durante três meses consecutivos (outubro, novembro e dezembro).

Numa época em que se esperava uma maior incidência dos holofotes sobre o duelo Mourinho vs Guardiola, o grande destaque acabou por ser o pragmático, consistente e irreverente italiano que “chegou, viu e venceu”.

Edição: Catarina Custódio Fotografia: skysports.com

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