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Um mal-amado que chegou ao topo

  • Pedro Espadinha
  • 19 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

O futebol é cada vez mais um negócio e um dos casos atuais mais notórios disso mesmo é o RB Leipzig, aquele que é, provavelmente, o “clube mais odiado” da Alemanha. Quem o afirma defende que o Leipzig representa tudo aquilo que está de errado no futebol: a penetração do capitalismo e a intromissão do setor empresarial. Negócios à parte, a verdade é que o projeto proposto era interessante, bem organizado e, acima de tudo, tinha “pernas para andar”.

Com apenas oito anos de existência, o clube alemão foi fundado pela empresa austríaca Red Bull, que adquiriu o SSV Markranstädt, então na quinta divisão, e mudou o seu nome. O plano? Alcançar a primeira divisão em dez anos.

Na época de estreia, o clube sediado na cidade de Leipzig sobe ao quarto escalão e em quatro anos alcança a 2. Bundesliga, o equivalente à segunda divisão alemã. Em 2015/2016, a equipa orientada pelo seu diretor desportivo Ralf Rangnick termina no segundo lugar, com 67 pontos conquistados, e cumpre o objetivo traçado aquando da sua fundação: o RB Leipzig chega à primeira divisão. Rangnick resigna-se do cargo para se focar exclusivamente no seu trabalho dentro da direção do clube e o austríaco Ralph Hasenhüttl, ex-treinador do Ingolstadt, é apontado como o novo treinador da equipa.

O clube estreante tem um inicio promissor, seguindo sem derrotas nos treze primeiros jogos, contabilizando apenas três empates e alcançando o primeiro lugar, ainda no inicio do mês de dezembro. Porém, duas derrotas consecutivas fora de casa permitem ao Bayern de Munique retomar o primeiro posto na liga (uma delas frente ao clube da Baviera, precisamente) e segurá-lo até final. Realizando uma segunda volta mais inconsistente, com oito vitórias, três empates e cinco derrotas, o atual detentor do titulo aproveitou a oportunidade e a 29 de abril, o Bayern sagra-se pentacampeão com uma vitória esmagadora sobre o Wolfsburgo, com seis golos sem resposta. No entanto, os Roten Bullen (touros vermelhos) fizeram história ao garantirem o segundo posto e, consequentemente, a qualificação direta para a Champions League 2017/2018. Um feito impensável para quem há oito anos atrás jogava na quinta divisão alemã. Ou melhor, para quem há oito anos atrás nem sequer existia.

Possuindo o plantel mais jovem da Bundesliga (com uma média de idade de 24 anos), o RB Leipzig conta com algumas das novas sensações desta temporada no seu elenco, nomeadamente o guineano Naby Keïta, que se transferiu o verão passado do “clube irmão”, o RB Salzburg (também detido pela empresa multinacional) e que se revelou como o motor do meio campo, o jovem avançado Timo Werner, quarto melhor marcador do campeonato com 21 golos e, talvez, a principal figura da equipa, o sueco Emil Forsberg, rei das assistências numa das cinco principais ligas europeias , com 18 passes para golo, e somando ainda oito golos marcados.

A ascensão meteórica do novo clube da Saxónia não foi vista com bons olhos, principalmente devido à forma como foi conseguida. Mas a verdade é que este fenómeno não é novidade. A injeção de capital por parte de investidores é algo recorrente hoje em dia, e a campanha que o clube encetou, desde a sua criação, não deixa de ter mérito, criando expetativa quanto ao futuro deste “mal-amado” do futebol.

Edição: Catarina Custódio

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© 2017 por Catarina Custódio. Logótipo de Carlos Ratinho. 

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